18/06/2009 - Eu, eu, eu
Eu sou isso. Nada além disso. Um chouriço de sentimentos. Um ouriço com espinhos ao vento. Além de me ferir, firo quem se aproxima de mim. Muitos me julgam. Poucos me compreendem. Dia após dia, pago com juros e correções monetárias o preço de ser intenso. Vivo em outro ritmo. Sobrevivo em outro mundo. Vou fundo, ao fundo, profundo. Não sossego. Não me apego ao presente. Invento outro espaço, crio outro tempo. Sou de um outro momento.
Para minha sorte ou minha morte, não me rendo. Seja pra frente, pra trás ou em círculos, caminho, caminho, caminho e não me emendo. Sou meu próprio remendo. Não sei o que me espera, tampouco se eu posso esperar mais alguma coisa. Não tenho vida. Tenho sobrevida. Simbolicamente, sou como um gato, que já está vivendo sua terceira ou quarta existência. Materialmente, sou como um cão, que vai virando latas pela rua dos sentimentos para tentar varar mais uma noite.
Eu amo. E amo demais. Toda minha vida é dedicada a uma mulher. Tudo o que faço, tudo o que sou, tudo o que tenho está relacionado a ela. Podem me condenar pela overdose de lirismo, mas ela é o que me move. Sem ela, nada sou. E eu sou isso. Nada além disso. Meu compromisso é com o que sinto e mais nada. Na minha óptica, mundos, galáxias, universos ficam restritos à criatura amada. Ainda não sei de onde vim e nem para onde vou, só sei que meu corpo pulsa, como um coração que soluça, engasgado de paixão.
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