01/10/2009 - Entre a astrologia e a mitologia
Pela noite escura, o vento rola num chão de folhas. A casa, abafada pelo sol tardio, obriga-nos ao quintal. E, como criatura de outro mundo, o vendaval assombra em sua intensidade. Ao ritmo que flores, galhos e frutos voam pelos ares num balé de terror, um barulho de labareda, vindo do bosque, fica cada vez mais próximo. O vento que traz chuva é o mesmo que alimenta o fogo. Algo de estranho acontece por aqueles campos.
Será que essa ventania desatinada é resultado dos tsunamis do oceano pacífico? Será que é coisa das bruxas que se preparam para o hallowen? Será que é coisa do saci, que faz dos redemoinhos seu meio de transporte? Será que é coisa do final dos tempos? Será que é coisa do efeito estufa, da destruição da camada de ozônio, do el niño? Será que é coisa política? Será que é coisa da lua? Da lua não, mas de uma falsa estrela ao seu lado...
Brilha, no céu da América do Sul, uma luz que se assemelha a uma estrela. Um ponto luminoso, amarelado e difuso, que não pisca. Na verdade, um planeta. E o formato de anel não engana os olhos de Galileu - é Saturno, o sexto planeta do sistema solar. Não me espanta o vento bravo, já que Saturno é o deus romano da força, que com uma foice mutilou o pai e se tornou rei dos céus. Mitologias à parte, o melhor é eu pegar minha Afrodite e fugir na carruagem de Apolo...
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