01/01/2009 - Começar de novo
Estourou em mim um novo dia, uma nova época, uma nova era. Ao menos por enquanto, o medo se vai longe, na rolha de um champanhe que cruzou os ares depois de um estouro interior. É como se eu tivesse ganhado uma outra chance de voar mais longe, de abrir os braços e abraçar o horizonte e fazer-me só amor, só amor maior, só amor demais. É como se eu me desvencilhasse do passado, de tudo o que foi feito errado e pudesse começar de novo.
Eu, ao menos por enquanto, sou o gênesis, a fênix, o messias de um novo tempo. Ao menos, do meu tempo. É como se todos os sonhos ganhassem força e fossem possíveis de se viver. Como se na última meia-noite, o conto de fada fosse reescrito, e a minha vida fosse Cinderela de si. Tudo é mágico. Tudo é fantástico. Tudo é real. O mar, as lentilhas, o peixe, as sementes de romãs e uvas trazem boa-sorte à vida que começa um novo broto, e lá vou eu a começar de novo.
As explosões cá dentro e lá fora anunciam nascimentos de gente, sonho e tempo. É tanta luz, é tanta cor e calor invadindo meu corpo recém-nascido de mim. Como cigarra que deixa a casca para cantar ainda mais forte, como serpente que deixa a pele para vingar a morte, como árvore que vira semente que vira árvore... eu vou pelo desconhecido, no desejo de um feliz mundo novo, no desejo de um feliz caminhar novo, no desejo de um feliz tempo novo. Entre tantos sonhos borbulhantes numa taça em brinde eu me vejo a começar de novo.
Observação do autor: A todos os leitores deste espaço, um novo ano intenso e propenso aos mais altos milagres. Feliz 2009!
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