26/01/2009 - Carta 173
Sr. Lula, já se vão sete anos e como ficam as promessas que eu acreditei? Eu fui seu sonhador. Eu engrossei o seu sonho. É preciso fazer algo antes que seja tarde. Os sonhos não podem ser desfeitos assim. O que vai ser do vermelho se tudo der errado. Só sobrará o azar daquele número que se confundiu com sua barba. Tem um monte de gente com fome, sem nome, no escuro e lugar nenhum é seguro. Olha só o que você fez, Lula. Eu queria a cura e você veio remediar o que já remediado estava. Eu não agüento mais panos quentes, sujeira debaixo do tapete. Que amanhã é esse que nunca chega?
O que vai ser daqueles que empunharam bandeiras, dos que empinaram estrelas como se fossem pipas, dos que vestiram a camisa de um futuro melhor? Estão em crise. E essa é difícil passar. Talvez não passe nunca mais. Chega a dar um nó na garganta ao lembrar de toda aquela esperança. Sete anos não são sete dias, sr. Lula. E agora faltam menos de dois anos para tentar virar o jogo a favor daqueles que sonharam um outro destino. A revolução não aconteceu e tudo ficou como estava.
Você quis uma segunda chance, a ganhou e agora? É tanta gente chorando. É tanta gente se acabando. É tanta gente empurrando com a barriga. Até quando? O nocaute foi violento demais. Não há um outro Lula. Os enganos e desilusões cresceram de tal maneira que é como se o beco não tivesse mais saída. E onde vai dar essa lida? Eu tenho medo de pensar. E me arrependo de ter sonhado e esperado tanto. Veja se ainda dá tempo de fazer alguma coisa, senhor Lula. Afinal, a essa altura, o último sonhador, o senhor iludido da silva, está prestes a jogar a toalha.
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