18/05/2009 - As voltas que o mundo dá
A humanidade caminha em círculos, batendo cabeça e tropeçando em passos alheios e próprios. Desde que o mundo é mundo homem e mulher se amam e se odeiam num sexo existencial. A pedra sempre foi da selva e a selva, de pedra. Há sempre um anjo para cada mil demônios. As flores nascem e geram as abelhas, que geram o mel, que gera o urso, que gera homens e mulheres, que geram o desejo de hibernar como os ursos no único intuito de se amar e gerar outras flores.
A lei sempre foi do mais forte. O sul sempre veio depois do norte. E o hoje é só um corte entre o ontem e o amanhã. Ninguém nunca está contente plenamente. Há sempre a falta de algo ou alguém calando fundo nas almas presas a terra. O céu é o inferno do penitente, que se penitencia para chegar até ele. E existe sempre dois lados na mesma moeda. Só não se sabe se o lado de hoje é cara ou coroa. Então, há de apostar e correr o risco de ganhar ou quebrar toda e qualquer expectativa.
Na oitiva do tempo, o inverno sempre prega a união de corpos e a troca de calor, assim como as chuvas nos lavam e nos motivam a correr além-mar como enxurradas, que vão pelas ruas lambendo calçadas. Enquanto há quem desconstrói, existe quem constrói. O sereno semeia a estrada e o vento colhe noites estreladas em seus braços noroestes e sudoestes. E nessas lavouras temporais, o homem e a mulher sempre vivem e revivem caminhando em círculos, batendo cabeça e tropeçando em passos alheios e próprios.
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