Daniel Campos

Texto do dia

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13/06/2009 - Agapornis

Eu que já havia visto meninos de calças curtas e meninas de tranças no cabelo dançando ao vento nos balanços do parque, agora me deslumbro com agapornis brincando de balançar dia e noite. Os pássaros se divertem pulando do ninho ou dos poleiros para o balanço que fica instalado no eixo central da gaiola bastante ampla e confortável. Sou contra prisões, mas nesse caso o cárcere é fundamental para a continuidade do amor.

Em grego, agapornis quer dizer ave do amor. Pudera, só vive aos casais. Separado, tende a morrer de solidão. Juntos, ficam se beijando e formam um coração ao entrelaçar suas cabeças. Uma bela inspiração romântica para os namorados que se vão com os pés no chão. Há casais nas tonalidades amarelo com vermelho, azul com branco e verde com laranja. Uma verdadeira pintura impressionista em bicos e asas.

No caminho para casa há um pet shop. Além de venderem ração, de banharem cachorro, de exporem aquários, há algumas gaiolas na parede externa. E foi lá que conheci os agapornis. O dono da loja já se acostumou com a minha presença. Já sabe até meu nome, minha profissão, minhas intenções para com aquelas aves. Já fui invadido por uma imensa vontade de abrir a porta da gaiola e dar o horizonte aqueles pássaros ou de levá-los, com tralha e tudo, para casa.

No entanto, por mais que eu chegue à loja decidido fazer uma ou outra coisa, sempre acabo deixando meus olhares voarem mais alto do que os agapornis, que vão ficando longe, longe, longe...


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