Daniel Campos

Texto do dia

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25/04/2011 - Abril, maio, junho...

Abril se prepara para sua despedida. Vive os seus últimos instantes antes de voltar à fila. Sim! Os meses do ano, assim como os signos, ficam em fila indiana se preparando para reinar por trinta ou trinta e um dias. Exceto fevereiro, que por algum castigo, reina um ou dois dias a menos. Nessa fila, os meses conversam sobre seus feitos, disputam holofotes e discursam sobre acontecimentos. Quem nasceu, quem morreu, quem ganhou, quem perdeu, quem se apaixonou e quem se separou durante seus dias.

Há meses que servem de palco para guerras e revoluções. Meses que serão lembrados para sempre pela história. Há meses propícios para casamentos, como maio, e para festejos, como junho. Há meses amaldiçoados, como agosto. Há meses bastante esperados, feito dezembro. Há meses chuvosos e de muita seca. Há meses de fartura e de fome. Há meses de poesia e de solidão. Há meses bons para semear e outros bons para colher. Há meses que passam voando e outros que custam a passar.

Meses são, na verdade, 12 deuses pagãos. Cada um deles tem um particularidade. Há meses alegres e tristes; coloridos e apastelados; vibrantes ou tediosos. Cada deus tem uma cor, um tempo, uma oferenda preferida. Dentre eles, há os que influenciam batalhas e amores. Alguns são mais contraladores, intervencionistas mesmo, outros mais liberais. O fato é que os meses são deuses em constante movimento, em completa alternância de poder, num reinado para todos os gostos e ocasiões.

Abril passa num turbilhão de belezas e amores. Não foi à toa que um poeta cantou seus ares e cores. Quem nunca ouviu que os amores nascidos em abril duram para sempre? Segundo a lenda, a deusa grega do amor e da beleza, Afrodite, nasceu da espuma do mar, que em grego antigo significa abril. Abril, o mês de abrir e de se abrir corações, segue com seus encantos e encantamentos rumo aos seus últimos dias enquanto maio, o mês da fertilidade, prepara-se para nascer mais uma vez.


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