Daniel Campos

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02/05/2015 - Vidinha do mato

Nunca quis vida de novela. Não sou do asfalto nem da favela. Sou do mato. Nunca fui de contentar em ver a vida passar debaixo da minha janela. Sou simples, mas de fino trato. Na minha aquarela, as cores se casam, e se misturam e se lambuzam. Não quero que nada caia do céu, mas não admito que roubem o meu papel. Sou dono da minha cena. Sou a alma do poema. O amor é o meu lema, minha lança e o meu escudo. Sou sonhador, rei do meu ludo. Lá, e ainda lá, tenho nada e tenho tudo. Sou do alecrim, da arruda, do guiné... Sou do povo da fé. O tempo brinca em meus canteiros. Cada esperança é uma corda que me sustenta. Sou violeiro que inventa moda em penca. E não acredito no azar da avenca. Sou da roça e o destino não se dá a quem não se coça. Na minha viola ganho mola, vou às nuvens e faço bossa enquanto sinhá anja me roça e adoça.


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