Daniel Campos

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25/07/2012 - Um coquetel em carne viva

A mulher apaixonada caminha como uma coqueteleira, trazendo dentro de si o néctar e o veneno das almas. O seu caminhar mistura ora de forma mais leve ora mais forte frutas frescas, essências, temperos, álcool e gelo. A mulher é um drinque de sonhos e desejos. Um coquetel de sentimentos, alguns mais ácidos outros mais açucarados. Caminha com elegância, criatividade, destreza, ritmo, misticismo, de forma limpa e agradável ao paladar exigente do deus que a criou. A caminhada dessa mulher é performática, concentrada no melhor de cada um de seus sabores.

O caminhar da mulher é uma receita secreta, capaz de embriagar os olhos mais céticos. Uma mistura de champanhe com atemoia, de medo com doce, de hortelã com esperança, de perfume com frio na espinha. A mulher mistura nossos sentidos de maneira sábia e, quiçá, fria, por mais passional que seja o resultado de seu drinque. O caminhar dessa mulher é uma mistura de aroma e equilíbrio. Caminha contra o vento com lábios que são como lâminas finíssimas de abacaxi caramelizado. Caminha com anjos e demônios se atirando aos seus pés em busca de um pequeno gole de sua existência.


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