Daniel Campos

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09/04/2012 - Somos portas

Uma só porta é capaz de dividir o mundo e de criar dois outros mundos: o mundo de fora e o mundo de dentro. As portas dividem projetos, sonhos e até tetos. As portas dividem o coração dos apaixonados, trancando paixões e colocando amores para fora. As portas podem ser reais ou imaginárias, espessas ou transparentes, arrombáveis ou não. As portas dividem caminhos, quebram brindes regados a vinho e interrompem beijinhos. Há portas de aço, de madeira, de palha, de fumaça...

A porta, dependendo se aberta ou fechada, pode ser braços abertos ou um tapa, um pedido ou um adeus, uma acolhida ou uma rejeição. Portas são passagens que se abrem ou não condicionadas a uma série de fatores. Existem portas na terra, no inferno, no purgatório e no paraíso. Portas no nosso corpo e na nossa imaginação. Enfim, há portas em todas as dimensões e paralelos. O próprio Deus pode ser considerado uma porta. E como somos feitos a sua imagem e semelhança, também somos portas.

Nós nos abrimos ou nos fechamos, de várias formas, incontáveis vezes por dia. Somos portas querendo entrar, deixando passar, esperando alguém chegar. Só o tempo e a morte não respeitam portas. Assuntos relacionados ao coração também têm, na maioria dos casos, acesso facilitado. Saudade também é outra que não precisa bater. Já vampiros não ultrapassam portas se não forem convidados a entrar. Agora, quando duas portas se encontram os conceitos de “fora” e “dentro” perdem o sentido original.


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