Daniel Campos

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16/04/2014 - Se não for pedir demais

Se não for pedir demais, quero andar de mãos dadas por uma estrada de lua cheia. Se não for pedir demais, quero brincar de namorar no parque como se a poesia fosse criança. Se não for pedir demais, quero carregar quem amo como quem leva uma estrela caída, na sua concepção cadente de desejo, realizando eu os desejos dela.

Se não for pedir demais, quero estar sempre no ponto mais alto da roda gigante onde a dimensão que divide sonho e realidade no tocante ao beijo deixa de existir. Se não for pedir demais, quero, quando com a criatura amada, que os relógios sejam extintos e que o tempo pare de correr, de rodar, de passar, seja lá o que for seu movimento.

Se não for pedir demais, quero que os deuses não invejem esse amor permitindo que ele aconteça sem quaisquer impedimentos. Se não for pedir demais, quero investir a perder de vista em papeis poéticos. Se não for pedir demais, quero estar junto e mais junto e mais que mais junto mesmo quando longe por mais que isso contrarie a física.

Se não for pedir demais, quero me redigir em suas linhas proféticas. Se não for pedir demais, quero me apurar no ponto do doce da sua boca. Se não for pedir demais, quero lhe ninar e acordar. Se não for pedir demais, Se não for pedir demais, quero parar de pedir e viver de agradecer, como já me faço grato pela existência da amada.


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