Daniel Campos

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17/04/2013 - Saudade enraizada

Por onde quer que eu vá, por aqui ou em qualquer lugar, levarei saudade. Saudade de um tempo não nascido. Saudade de um desejo proibido. Saudade de um sonho adormecido. Saudade de um sentimento banido. Saudade do que não pode ou não quis acontecer. Saudade do que eu fui impedido de viver. Saudade do que não hei de fazer. Saudade de um mundo paralelo. Saudade do gosto de marmelo. Saudade de um dia rosa-amarelo. Saudade de uma boca. Saudade de uma louca. Saudade do que sempre será pouca.

Minhas mãos estão carregadas de adeus. Meu peito segue cravejado por partidas. Nos meus olhos as imagens de tantas e quantas despedidas. Meus pés tropeçam em tantas separações. O choro de perdas ainda chora em mim. O começo e o meio caindo no fim. A minha razão ficando mais e mais cega a cada ponto das malhas tecidas pelas ilusões. O sim e o talvez sendo sufocados por um sem número de nãos. O encontro e o reencontro nas garras dos desencontros. Uma sensação de velório que me deixa tonto.

Por onde quer eu vá, por ali ou em qualquer lugar, viverei saudade.


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