Daniel Campos

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19/03/2013 - São José de Moji-Mirim

Hoje é feriado na longínqua Moji-Mirim, cidade onde nasci e cresci. Dia de o comércio fechar as portas, dos jovens dormirem até mais tarde sem compromisso de estudar, das mulheres capricharem um pouco mais no almoço. Dia de todos louvarem o padroeiro, São José. Dia da matriz, na praça central, suntuosa em curvas e lustres, estar em festa, recebendo fieis para missas e procissão. Dia dos sinos badalarem em alto e bom som. Dia de homens e mulheres, velhos e crianças, saírem pelas ruas da cidade carregando velas, terços e preces. Dia dos agricultores se voltarem ao céu pedindo chuva. Dia de simpatias e rezas fortes para o esposo de Maria.

Estou longe de Moji-Mirim, mas consigo sentir o cheiro de dia santo. Sim, dia santo em cidade pequena tem não só cheiro, mas gosto, música, ritmo e textura diferentes. Mesmo há mais de mil quilômetros de distância, posso ver São José desfilando em seu andor e escutar as vozes rasgadas em cânticos rompendo as ruas de asfalto, de pedra e de terra de uma cidade que tem um pé no campo. Uno-me ao coro dos lavradores por chuva. Chuva farta, capaz de trazer fertilidade às terras e aos corações. Que São José traga a chuva necessária para minha inspiração nascer, brotar, crescer e vingar por mais um ano.

São José, rogai por nós!


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