Daniel Campos

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24/05/2008 - Re-consagração

Um menino acordou contente e nem sabia por que havia de estar tão sorridente. Pulou da cama, se benzeu, tomou café e agradeceu pelo sol, pelo sal, pelo farol que lhe guiava e por estar protegido de todo mal que o rondava. Ficou com vontade de correr e gritar ao mundo que hoje era o dia, o dia da alegria, o dia onde todos, dos anjos aos escaravelhos, dobram os joelhos e oram diante de uma senhora que por nós, sorri e chora.

De forma ardente o menino e a menina num mesmo beijo numa mesma re-consagração do amor, do amor presente em cada coração. Apaixonado e abençoado pelos céus, pegou a mão da menina como se pega um papel e numa troca de alianças escreveu um poema de bonança, unindo terra e céu. Versos de amor e ave-marias foram se misturando ao longo do dia em uma mais que completa fantasia.

Chegou a noite com as estrelas do açoite e o menino colocou roupa de missa e sem preguiça partiu de braço dado enamorado com a menina para os pés daquela senhora que aniversaria agora. Como presente, os dois ofereceram rosas vermelhas tingidas de coração, formosas centelhas colhidas em adoração. Rosas de sentimento. Rosas de agradecimento. Rosa de amor rebento.

Diante daquela imagem, o menino ajoelhou e louvou aquela mulher que tanto bem nos quer. Agradeceu por todas as maravilhas e partilhas de amor que lhe foram concedidas e, de sua parte, fazendo do amor uma arte, mais uma vez entregou àquela senhora a sua vida. Confessou que, como Mãe, ela em seu colo o levasse. Clamou que, como Rainha, ela sempre o amasse. Rogou que, como Auxílio, ela nunca o abandonasse.

Entre pranto e encanto, o menino aplaudiu e seu aplauso passou de mão em mão. E, ao som dos aplausos, as rosas, ficaram ainda mais vistosas. E, ao som dos aplausos, o afeto renovou-se por completo. E, ao som dos aplausos, o menino e a menina sorriram como se estivessem diante de seu doce predileto. Aplaudiram Mãe, Rainha e Auxílio. Aplaudiram três mulheres em uma mesma mulher. Aplaudiram essa senhora, Nossa Senhora Auxiliadora, como eu aplaudo agora.


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