Daniel Campos

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22/05/2012 - Quando se ama

Quando se ama, do mundo geral, cotidiano, nasce um mundo particular. Quando se ama, todos os elementos se alinham. Parece haver harmonia em tudo e em todos. O romance funciona como pintura e também como moldura. O amor deixa a vida mais descomplicada, possível de ser vivida por inteiro. Acaba-se a pressa, aliás, cria-se um novo conceito tempo, com um lampejo mais autoral.

Quando se ama, há sempre uma alternativa para ser feliz em qualquer ocasião, sob toda circunstância. Quando se ama, todos os medos cabem numa folha de papel. O coração é passado de boca em boca, beijo a beijo. Nessa época, tudo o que se prova, gosta. Tudo o que se veste, combina. Tudo o que se quer, consegue. O amor é um repertório espontaneamente leve, que boia entre nuvens, astros e estrelas.

Quando se ama, corre pelas veias dos apaixonados um entusiasmo generalizado. Quando se ama, não há constrange, mas homogeneidade. Todas as urgências que não dizem respeito a esse amor se tornam despretensiosas. As águas correm ao contrário, as pedras cantam, as fantasias se agigantam. Sentimentos diversos comungam de um par de corpos, que, como um par de taças, se atrai e se entrelaça e se brinda.


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