Daniel Campos

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03/04/2014 - Quando ela chega

Quando ela chega, eu chego ao décimo segundo céu. E tudo vai mudando de cor, ganhando cor, esquentando em cor. Os pensamentos mais pesados se transformam em bailarinos, meninos tão leves que vão se confundindo com o vento. A esperança chove por todos os lados. E num raio de quilômetros ninguém, nem mesmo os vilões, desejam mal algum. E o conjunto de sentimentos que estava na janela esperando a razão de sua vida chegar, pula, salta, corre e explode como fogo de artifício em dia de festejo.

Quando ela chega, a espera de ver a beleza que sempre se faz mais bela se desfaz. Os olhos febris se desmancham como caramelo. A boca ganha um sorriso maior que os lábios que vai se espalhando pelo meu território como tsunami. Minhas células em uníssono assoviam para ela enquanto diante do macro se misturam num amor microscópico. E seja por palavras, por silêncios, por gestos, por olhares, por palpitações, por suspiros ou energias declaro-me dignamente apaixonado por aquela que chega sem pisar no chão.

Quando ela chega, as meninas dos seus olhos são bonecas que brincam com minhas emoções fazendo-me, mais do que nunca, sonhar acordado. Tudo o que me habita e até transita em mim por tempos determinados ou não fala de amor. A realidade fica por conta da imaginação e as certezas surgem confessas de todos os lugares. Nossas bocas se brindam como taças de carne e sangue. A rotina se quebra, a monotonia vira poesia e o faz de conta apronta cada detalhe de uma história chamada felicidade sem fim.


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