Daniel Campos

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21/02/2012 - Quando a bateria parou...

Quando a bateria parou e Alcione cantou, a Estação Primeira reinventou o carnaval na Sapucaí. Mangueira inova e se renova e prova o valor de sua existência. Tia Ciata gostou da ciência, rodou no meio das baianas e sambou até que a lua raiou. Delegado autorizou a nova batida e o guerreiro Oxóssi saudou a verde e rosa da sua chegada a sua despedida. O carnaval de rua em plena Sapucaí na voz de Alcione, marrom bem-te-vi que o mundo reverenciou.

Quando a bateria parou e Alcione cantou, a fantasia ganhou vida e a poesia tomou conta da avenida. Sob a velha tamarineira, o pagode do Cacique encontrou o samba de Cartola, de Carlos Cachaça e de Nelson Cavaquinho. Da vanguarda à velha guarda ninguém ficou parado, calado ou entediado quando Mangueira deu o seu recado.

Salve Alcione, Beth Carvalho e todos os filhos de Jamelão. Salve o repique, o pique e o requinte dessa gente bamba que vai da roda de candomblé ao palácio do samba passando pelo samba de mesa. Salve os poetas do morro que tem o dom de transformar tristeza em alegria, silêncio em som, confete em batom, verde e rosa em marrom.


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