Daniel Campos

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10/09/2008 - Prêmio de loteria

Hoje eu vou jogar na loteria e ganhar o tesouro que pirata nenhum ousou enterrar. Não tem erro não, joguei nos números que encontrei nas asas de uma borboleta que pousou na galha do pé de arruda, que nasceu no buraco da ferradura, bem ao lado de uma árvore da felicidade. Não tem para biscoito da sorte chinês ou matemático enlouquecido, vou meter a mão nessa fortuna e ter vida de presidente. Só estou em dúvida se compro um palácio, uma casa da Dinda ou uma caixa forte igual a do tio Patinhas.

Um apartamento de frente para o mar, uma floresta, um supermercado, um transatlântico, uma ilha deserta, um teatro, um iceberg, uma bomba nuclear, um dossiê, uma família de micos-leões-dourados, um cargo público, umas plataformas de petróleo... são tantas opções de compra e eu perdido entre a falência e a fortuna. Ah! E na minha fase mais romântica, podia comprar uma aurora boreal na Antártida com direito a lençóis egípcios e champanhe no gelo.

Poderei comprar os jardins de Viena, os bosques de Nurburgring, a pedra do caminho de Carlos Drummond, uma volta em Mônaco a bordo de um carro de Fórmula-1 e o violão que João Gilberto inventou a batida da bossa nova. Ah! Mas o melhor mesmo será poder comprar uma passagem na primeira classe de um foguete com destino a Lua. E se eu der sorte, ainda terei uma sobra para despejar São Jorge e seu dragão das crateras lunares, se preciso for. E quando lá, a mais de trezentos e quarenta mil quilômetros daqui, eu ficaria novo, cheio, minguante, crescente...


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