Daniel Campos

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27/04/2016 - Poesia não morre

Nunca tive medo da morte. Sou frágil sendo forte. Sou do sul, do meio, de dentro, do avesso, do norte. Tenho porte de cavalheiro na alma. Sou espírito afoito à procura da calma. Sou dor sem trauma. Sou pescador de fantasias. Sou ladeira, eira e beira, fogueira, vias e mais vias inteiras. Sou lua vazia, sou lua cheia. Sou candeia. Sou texto, sou verso, sou poesia. E poesia não morre. Corre para acontecer. Corre, corre para viver. Abra a porta, não importa se vai sofrer. Todo botão sofre para florescer. Todo carrilhão sofre para gemer. Todo coração sofre para bater. Todo sonho peleja para se realizar, e se não pelejou não valeu à pena sonhar. Quem sonha, quem ama, quem vive e não se enfadonha, não morre, como poesia apenas escorre.


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