Daniel Campos

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15/05/2013 - Passada

Passa por onde não passo. Passa marcando ritmo pela avenida. Passa como redemoinho mesmo que brisa. Passa num abraço longo e apertado. Passa forte, altiva, soberana mesmo que ferida. Passa com olhos de aço, mesmo chorando algodão. Passa pelas linhas do decote do tempo sem se intimidar. Passa com uma feminilidade ativa, dama das nações do faz de conta. Passa querendo passar. Passa por fronteiras, por barreiras, por territórios desconhecidos, não vencidos e até proibidos.

Passa sem se revelar. Passa criando e recriando estradarias. Passa com porte de rainha da colmeia e sorriso de plebleia. Passa fazendo plateia. Passa totalmente minha. Passa transformando as pedras do caminho em pedrarias. Passa num golpe de gravidade. Passa num ar de revolução. Passa grávida de fantasia. Passa pelas tranças do vento. Passa ditando moda na cidade. Passa falando de amor cara a cara. Passa à revelia. Passa numa floração rara. Passa aflorando o calor de sua passada.


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