Daniel Campos

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26/06/2013 - Oswaldo mago Montenegro

Há imagens que, de imediato, reviram a memória, trazendo emoções e lembranças ainda desconhecidas. Oswaldo Montenegro, com aqueles olhos negros que contrastam com a brancura de seus cabelos longos e da barba por fazer, traz à tona o sentimento de um mensageiro. Mais do que uma condição, estar de passagem para Oswaldo Montenegro é uma sina. Uma espécie de cavaleiro que passa a pé. A montaria, no caso desse trovador, é o tempo. O tempo que, ao seu comando, anda para trás e para frente, e até para o lado ou para cima e para baixo, ou para direções ainda não descobertas, com a mesma fluidez. Parece mágica, mas é Oswaldo Montenegro, que se vestiu de cigana para cantar o sol.

Ele passa para nos dizer só de amor. Ele passa para nos alertar que o caminho é a hora. Ele passa por bailarinas gordas e damas do lugar comum, pela fada azul e pela deusa da loucura, por léo e bia, dizendo que a vida quis assim. Ele passa pelo olhar lilás de mayã que andava só por andar. Ele passa e nos convida a voar leve. Ele passa ao som molhado dos menestréis em lira com uma lua úmida da cabeça aos pés. Ele passa pelos países das bruxas, das atrizes, dos corações, dos canários amarelos cantando que o mundo não acaba onde a vista alcança. Ele passa convidando a moça e o povo à dança dos signos. Ele passa confessando que quem não tem amor do lado não é de lugar nenhum.


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