Daniel Campos

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05/04/2012 - Observações sobre a mulher amada

A mulher amada some mesmo continuando viva. Seus pulsos podem ser sentidos mesmo depois de dias e dias de ausência. A mulher amada quer ser salva, mas nem sempre está ameaçada. Querer ser salva é apenas uma tática para continuar viva na memória. As mocinhas sempre habitam a cabeça dos heróis e dos vilões.

Agora, uma coisa é certa: se não for amada, a mulher não existe. Ao menos não a mulher amada. O que não amamos desaparece do nosso dia a dia. É bom repetir um beijo ou uma palavra para continuar pulsando. Há sempre um prazer oculto na ausência da mulher amada, que sai de cena para nos trazer sua saudade.

A mulher amada não se perde despropositadamente. Há um motivo em cada ação. A mulher amada só morre se ela quiser morrer. Porque é impossível alguém não a amar. A mulher amada é autosuficiente. Todas as estradas levam a ela, se ela desejar isso, é claro. Porque a mulher amada é cheia de quereres e prazeres que fogem do óbvio.

Não se admire se a mulher amada preferir a solidão de uma masmorra ou o silêncio de um fim antes do meio. A mulher amada habita uma realidade que está muito longe do nosso entendimento. Ela é abstrata quando concreta, presente quando ausente, livre quando presa, poesia quando prosa, breve quando eterna...


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