Daniel Campos

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22/04/2017 - O tempo é relativo e o amor, superlativo

Quando há amor o tempo perde essa importância toda que damos a ele.

Ao focarmos demais no tempo ele se torna nocivo, pois não há nada mais perigoso do que ficarmos presos a situações temporais.

Assim como o tempo precisamos ir em frente livrando do o que não é necessário.

Tudo é transitório. Nada é fixo. Ao tentar reduzir qualquer coisa à questão do tempo você reduz a si mesmo, reduzindo suas possibilidades de crescimento.

Primeiramente, temos de entender que somos seres temporais, e como tais não devemos permanecer estacionados. Somos dinâmicos.

Em seguida, vamos assumir para nós mesmos que o tempo é relativo.

Na Terra, um ano têm 365 dias. Em Júpiter, esse mesmo ano tem a duração de 11 anos e um dia. Já em Plutão, 247 anos e 249 dias. Em Mercúrio, um ano é composto por apenas 88 dias.

Um exemplo. Uma pessoa que nasceu no dia 1 de janeiro de 1987, teria atualmente 30 anos na Terra, 125 anos em Mercúrio, um ano em Saturno e 0,12 anos em Plutão.

Refiro-me até então apenas a planetas do sistema solar, imagine então como se dá o tempo em outras dimensões, em universos paralelos.

É como se existissem diversos tempos coexistindo.

O tempo é muito mais mágico do que pensamos, e quando falamos de amor isso é ainda mais nítido. Não é à toa que, em muitos casos, um relacionamento de um ano parece já ter durado séculos, que um mês longe da pessoa amada parece uma vida inteira de separação e que um encontro de corações é capaz de projetar um casal à eternidade.

Quando amamos, vivemos um outro tempo, não o tempo dos relógios ou dos calendários. Isso porque nos conectamos ao todo, ao nosso transcendente, as nossas outras vidas. O amor nos desperta memórias, vivências, consciências que estão além da nossa compreensão.

Sendo assim, não há sentido em dizer que a diferença de idade é impeditivo a um relacionamento.

Muitos olham para casais onde os parceiros têm 15, 30, 45 anos de diferença de idade com certo preconceito, julgando que há qualquer motivação para essa união, menos o amor.

O preconceito é uma prisão. Devemos nos libertar dele o quanto antes. Julgar gera um padrão de energia que faz muito mal a quem julga e é julgado, trazendo sérios atrasos em termos evolutivos.

Mas, voltando ao tema, não devemos olhar para um casal tendo como referência a idade cronológica dos dois. Nosso olhar interior deve ultrapassar essa barreira. Não temos que enxergar juventude ou linhas de expressão no outro, mas suas energias.

Temos que transcender nossa visão, do corpo físico para o corpo energético. Não quero saber o que diz a certidão de nascimento, mas o padrão energético de uma pessoa. Idade não é sinal de evolução. A capacidade de amar, sim.

Quantos corpos físicos em idade mais avançada estão inundados de energias positivas, vigorosas, apaixonantes. E quantos corpos novos emanam energias negativas, doentes, repulsivas. Exemplos, uma mulher de 70 anos faz exercícios físicos, dança, vai a encontros festivos enquanto uma moça de 17 anos vive deitada reclamando da vida. Quem é a jovem? Não é por acaso que muitas pessoas aparentam mais ou menos idade do que realmente têm.

E o que isso tem a ver com um relacionamento?

O que une duas pessoas é a afinidade existente entre elas. Geralmente, pessoas de idades similares têm mais facilidade de conviver porque têm mais assuntos afins, ideias e objetivos em comum. No entanto, isso não é regra.

Tornou-se cultural o ato de se relacionar com pessoas de idades próximas a sua, mas isso não é fórmula de felicidade. Na verdade, o preconceito enraizado em nossa sociedade impede o acontecimento de muitas histórias de amor. Ainda temos muito a nos libertar e aprender.

O amor é livre, portanto, não pode ser reduzido em sua amplitude, tampouco preso a padrões. Uma moça de 20 pode ser feliz com um homem de 50, assim como uma mulher de 60 pode ser feliz com alguém de 30. Isso é plenamente possível desde que o casal tenha afinidades.

Beleza física, aparência em geral, poder aquisitivo, padrão social, desejo sexual... isso não é o suficiente para forjar a realização de um casal, seja de que idade for.

É necessário que haja afinidade, pois sem diálogo relação alguma flui. E não há como dialogar com um falando em X e outro em Y. Ambos precisam se comunicar numa frequência XY. Os componentes de um relacionamento não precisam pensar igual, ser cópias um do outro, mas ter pensamentos e sentimentos complementares. E isso não está condicionado a acontecer de forma exitosa somente com pessoas da mesma faixa etária.

Quantos adolescentes já se apaixonaram platonicamente por um professor?

Imagine indivíduos como peças de quebra-cabeça. Buscamos nos relacionar com quem se encaixa conosco. É um encaixe, sobretudo, energético, que vai possibilitar uma série de trocas. Para amar é necessário estar aberto a essas trocas, só assim aprendemos com o outro ao tempo em que ensinamos.
No entanto, quando insistimos em peças que não se encaixam, pior, quando tentamos fazer esse encaixe à força, acabamos por causar estragos em ambas as partes.

Atenção: não importa a idade das peças, mas o encaixe que elas possibilitam. Ter a consciência disso é a chave para deixar de insistir no que não se encaixa a você somente para agradar os outros ou seu próprio ego.

Encaixe-se e seja feliz, desconsiderando o que não atrapalha esse encaixamento, por exemplo, a diferença de idade. É necessário compreender que nosso corpo físico, mesmo sendo uma estrutura fantástica, é só uma casca. Ele apenas aloja o que realmente somos.

Não importa a idade do seu espírito, mas o seu grau de evolução.

O que são 30, 40, 50 anos de diferença de idade quando o Universo tem 14 bilhões de anos?

Damos muito valor a certas coisinhas porque não nos permitimos imergir no Todo.

O tempo é relativo, o amor é superlativo.

Todo amor é válido e deve ser vivido com a consciência de que o tempo do amor é diferente do tempo cronológico... sofremos, julgamos, involuimos quando negamos esse entendimento.

Está na hora de nos desapegarmos desse mimimi e aceitarmos o amor em todas suas formas e extensões. Só assim, vamos partir das cavernas da incompreensão às estrelas da evolução.


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