Daniel Campos

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20/06/2008 - O inverno e a morte dos ursos polares

O inverno chegou e com ele os cobertores, os chocolates-quentes, as festas juninas, a vontade de ficar ao sol feito lagartos, os abraços mais apertados, os banhos de fumaça, as sopinhas dadas de colher na boca da pessoa amada, a esperança de que o céu nos brinde com alguns flocos de neve. No entanto, junto com todo esse clima romântico, chegou uma notícia quente, aliás, fervente: o gelo no Ártico está derretendo mais rápido do que se esperava. Imagine, caro(a) leitor(a), se a tendência continuar, o gelo pode desaparecer em cinco ou dez anos.

Como posso comemorar as noites mais frias sabendo que os ursos polares, em breve, serão expulsos de casa? E para resolver esse problema não basta levar os ursos para a Amazônia ou, para o Pólo Sul ou para a Disneylândia. É o habitat natural deles que está em jogo. E isso não é previsão feita por algum profeta ou ambientalista de plantão, é a realidade que supera os estudos científicos e fica visível a olho nu. A extensão da calota polar já corresponde à metade do tamanho que ostentava há algumas décadas.

Enquanto eu fico aqui me deliciando com uma canjica de coco e amendoim, os ursos polares estão a poucos invernos de morrerem afogados. E mesmo aqueles que conseguirem o feito de nadar até a Inglaterra não serão bem recebidos pela rainha. Enquanto o fim dos ursos polares se anuncia, as autoridades mundiais vão marcar mais uma dessas reuniões, onde se fala muito e se faz pouco, para os meados do próximo mês. O resultado, já óbvio, é o de que ninguém vai querer investir pesado na conservação da calota polar. Se ao menos o gelo fosse para o uísque da alta cúpula haveria uma esperança para os pobres ursos.


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