Daniel Campos

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20/07/2012 - No clarão dos seus olhos

Quando li seus olhos no clarão da meia-noite, descobri as profecias das sombras. Enigmas e quebra-cabeças das estrelas. Feito astronauta, pisei no solo lunar dos seus olhos. Dei cambalhotas em seu globo ocular e fui sugado pelo buraco negro dos seus medos nos meus. Em seus olhos, a lei da gravidade assim como qualquer outra não faz sentido. Em seus olhos, do riso ao pranto, tudo é permitido. Nos seus olhos, foguetes e fogos de artifício. Seus olhos, poros de meteoro. Seus olhos aflitos como meteoritos.

Eu vi o apocalipse no fundo dos seus olhos. Eu vi eclipses e elipses no mais fecundo dos seus olhos. Eu vi cavaleiros de fogo e prisioneiros do lodo no mundo dos seus olhos. Eu vi ectoplasmas, mulheres pasmas e sonhos moribundos nos seus olhos. Eu vi lobos, piratas, magos e guerreiros com lanças e escudos nos seus olhos. Eu vi o nada, o além, o aquém e o tudo dos seus olhos. O meu eu raso e o avesso do meu eu profundo eu vi nos seus olhos.


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