Daniel Campos

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29/03/2011 - Ninguém vai nos separar

Ninguém vai nos separar. O tempo da saudade não há de nos alcançar. Porque somos fortes como as aves do norte. Por mais que não suporte o conceito da morte, seu corpo é o meu leito. Se os anjos falam mal de nós, que importa? Se a inveja não nos deixe a sós, damos a volta. Podemos sofrer, mas sofrer de prazer. Vamos alongando a estrada, enganando a morte e suas desculpas. Vamos tropeçando e perdoando as nossas culpas. Vamos seguindo em frente, com versos e rosas entre os dentes.

Ninguém vai nos separar. Já disse isso, mas sempre é válido reforçar o juramento contra todo e qualquer feitiço. Nosso amor é tão bonito, tem um requebrado, um reboliço. Eu acredito em paraíso, em falta de juízo. Eu acredito num mundo de escolhas, num jardim de trevos de quatro folhas. Eu acredito no humano e no mito que há por trás de cada um. Eu acredito em destinos cruzados, em tempos redimensionados, em sonhos acordados.

Ninguém vai nos separar. Podem enjoar, podem reclamar, mas eu não vou deixar de entoar a nossa sina. Menina me dê sua mão, vamos dar continuidade a nossa procissão. Acenda as velas, se vista de aquarela. Menina - minha pequenina – vamos juntos semear uma canção em cada esquina. Menina, o futuro nos chama. Ponha mais lenha na cama e mais suor na chama deste sentimento que se multiplica ao vento.

Ninguém vai nos separar neste ou em qualquer outro momento. Prometo.


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