Daniel Campos

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08/02/2010 - Mulher tropicália

Ah! Se seus olhos falassem a língua dos profetas anunciariam o sol que ninguém jamais viu raiar. Seus olhos são como rios que devido às águas correntes se mostram diferentes a cada novo olhar. Dos seus nervos ópticos ao seu corpo dos trópicos o tédio não existe, a rotina não insiste e o belo é tão belo que chega a ser triste.

Ah! Toma o meu peito porque ele é seu e do seu jeito me devora agora, boca e camafeu. Mulher serafim tem pena de mim deixando-me ser uma dessas seis asas que lhe fazem poema. Mostra-me suas garras, mata-me de amar e joga-me em cova rasa. Dona do paralelo mor e dos meridianos do ar me faça suar em seu suor.

Ah! Incendeia a cidade que me rodeia, clareia minha lua cheia, tonteia meus passos e me leve para suas teias de seda e aço. Mulher sua postura faz-me medrar de altura. Mulher que desafia os saltos mais altos e me coloca no arauto de sua saia. Flor de dália, mulher tropicália.


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