Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Mulher de branco

A mulher de branco não se revela. Pode ser enfermeira. Mãe de santo. Noiva. Médica. Dentista. Estudante de fisioterapia. Uma sobra de reveillon. Uma mulher de verão (leve). Uma mulher supersticiosa. Uma fase. Um ritual. Uma eventualidade. Uma roupa para malhar. Para namorar. Para ser vista. Para ser confundida. Para ser mistério. O mistério de reunir em si a junção de todas as cores. Mulher que tudo reflete e nada absorve, fazendo-se ausência.

Então, que venham as mulheres de branco.

Mulheres de neve. Mulheres de nuvem. Mulheres de algodão. Mulheres de mármore. Mulheres de papel. Mulheres da luz. Mulheres de leite. Mulheres da paz ou da falta de paz. Mulheres de núpcias. Mulheres da velas. Velas do mar, velas de parafina. Mulheres de cal. Mulheres de giz. Mulheres de estrelas em noite africana. Mulheres de marfim. Mulheres de cristais. Mulheres de watts e volts. Mulheres de colarinhos da corrupção. Mulheres gaivotas. Mulheres dos brilhantes e dos diamantes. Mulheres da amplitude. Mulheres da claridade. Mulheres de sal. Mulheres dos leucócitos. Mulheres da paz, da calma, da limpeza. Mulheres do infinito. Mulheres fantasmas. Mulheres de suspiros de açúcar. Mulheres de meia de seda. Mulheres de espuma de banheira, de chopp, de mar.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar