Daniel Campos

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01/06/2011 - Mulher arte

Eu a amo num amor antigo que foi crescendo aos poucos até tornar-se maior. Maior que tudo que já conheci até então. Maior que todos os contentamentos que acumulei e que qualquer tristeza que enfrentei nesses anos de guerra. Esse amor maior coincide com o meu também crescente amadurecimento humano, sonhador e poético. Um amor que deixa para trás essa coisa não-figurativa e conceitual envolvendo um determinado sentimento para cair na dialética de uma paixão combativa e intensa.

Foi como se descobrir apaixonado por uma pureza, por uma delicadeza, por uma nobreza em corpo de mulher. Uma criatura cujo valor não acaba em si mesma, mas que amplia seu significado aos sete mares. Ela que se expande, invade, ocupa e catequiza a partir de sua alma revolucionária. Sua natureza política contestatória produz sucessivos manifestos de liberdade, de igualdade, de fraternidade e de outros valores essenciais ao amor que busco desde a minha infância.

Diante dela, a solidão urina nas calças e o sonho se funde à realidade. Em sua presença, os caprichos e as vaidades humanas se tornam estúpidas. É espantosa a vitalidade e a fibra do amor que brota dos poros dessa criatura que anda semeando contos pelos canteiros da minha existência. Seja por razões históricas ou estéticas, ela confere ao sentimento uma beleza física e intelectual digna de Alexandria. Conviver com essa mulher é viver intimamente uma explosão artística.

Uma arte de amar que fala direto ao coração que bate clássico, romântico, barroco, moderno, contemporâneo no meu peito. Sou capaz de nascer e morrer e renascer milhares de vezes ao dia a partir do sopro ou do ferir das unhas dessa mulher. E tudo isso diante de uma inacreditável luminosidade que emana de seus olhos que parecem não ter fundo. Concentrado ou distraído, contemplativo ou introspectivo, adoro-a como um amante das artes mais vívidas já descobertas.


Comentários

01/06/2011, por marilene:

Amo você nenem lindo um bjo obrigado pelo carinho


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