Daniel Campos

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24/07/2015 - Muitos

Eu era um, era dois, era oito, era mil, era cem, era vinte, era eu. E eu era você e eu nem sabia nem você. Eu era também aquele, aquela, aquilo. Eu era a nuvem, o poeta, a serpente e o esquilo. Eu era o marmelo, o rastelo, o caramelo, o martelo. Eu era o menino, o destino, a menina, a sina. Eu era o antes e o depois e o agora num só. Eu era tanto e tantos. Eu era o santo e o encanto e o quebranto. Eu era o sabiá, o angorá, o tamanduá. Eu era o nó, o só, o pó. Eu era isso, isto, planta, gente, pedra e bicho. Eu era deus e era eu e era seu e o que me deu. Eu era inteiro, fora e dentro, visão e cheiro, último e primeiro. Eu era o conhecido e o proibido, o lembrado e o esquecido, o mocinho e o bandido. Eu era gênesis e apocalipse em linhas casadas, em poesias misturadas, homem na mulher amada.


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