Daniel Campos

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19/07/2010 - Morredura

Morre a tarde. Morre o dia. Morre o sol. Morre o padre. Morre a dicotomia. Morre a sonata. Morre a dança. Morre o alarde. Morre a peça. Morre o caminho. Morre o prazer que não cessa. Morre a cascata. Morre o beijo... Porque a saudade precisa nascer.

Morre o horizonte. Morre o desejo. Morre a esperança. Morre o apelo. Morre a linha. Morre o trem. Morre a estrela. Morre a chama. Morre o afeto. Morre a vinha. Morre o neto. Morre o pelo. Morre o mar. Morre a semente... Para uma nova vida brotar.

Morre o artista. Morre o vale. Morre a espera. Morre o romance. Morre a lembrança. Morre o abraço. Morre o passo. Morre o pássaro. Morre o trem. Morre a fantasia. Morre a canção. Morre a poesia... Porque o poema tem que morrer para o poeta crescer.


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