Daniel Campos

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11/09/2014 - Matado no mato

Mata-me no mato. Abandona meu corpo no capinzal. Deixa-me virar terra por entre raízes ancestrais. Que o verde me cubra e me proteja de todo mal. Que os galhos me abracem. Que as ramas me saúdem. Que os pés disso ou daquilo sejam meus pés. Que os bambuzais se verguem para me achar tão perdido quão achado. Que as folhas me vistam. Que os pássaros me avistem. Que a chuva me irrigue. Que para além de comida ou esterco, eu seja mato. Mata-me no mato.


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