Daniel Campos

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28/02/2016 - Leva meus bois

Oô Oô carreiro, leva o que restou dos meus bois junto das suas juntas porque de agora em diante vou esperar pela vida, pois a morte eu já bem conheço vestida ou despida. Oô Oô vou sentir saudade do meu gado andante, do meu carro ligeiro que geme e chora, do sereno campeiro, mas minha lida daqui até outrora será pela minha senhora, a vida. Eu já duelei no norte, provei que fui mais forte, já morri e renasci inúmeras vezes, mas cansei, entrego os pontos, viverei de contar meus contos a quem quiser escutar. Toma toda a minha rês. Leva meus bois, ô leva carreiro, e daqui para frente pode me chamar de violeiro. Oô carreiro, das dez linhas do destino que já atravessei, do menino ao homem, fiz dez cordas de viola que selei junto ao peito em sinal de respeito aos bois que eu te dei. E agora toda vez que eu canto cada corda vibra, a boiada solta aquela mugida, o carro estica a gemida e lá vem a vida.


Comentários

29/02/2016, por Maria Laura:

consegui visualizar e sentir tudo


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