Daniel Campos

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17/07/2010 - Lacunas de mulher

Quem é a mulher com olhos acortinados? Cortinas estas que escondem pátios espaçosos decorados por fontes de águas cristalinas e imponentes colunas. Será fruto da mitologia ou de outra ciência não exata. Nas praças interiores dessa mulher, estátuas de heróis sem pátria e mulheres nativas de saias coloridas e longas tranças. Que espírito de Rapunzel arrependida é esse que povoa os ares tristonhos dessa mulher que tem medo de jogar seus cabelos para algum forasteiro? Que mulher é essa que deita sua boca em dunas e se faz de lacunas por entre o doce e o austero? Será o fogo de Nero ou o demônio de Lutero? Será mulher de lacunas ou lacunas de mulher essa que quer como eu quero?

Espero...

Só sei que essa mulher se coloca constantemente frente a frente consigo mesma num duelo gritante. Será a comédia de Dante ou apenas um sonho infante? Sua história é confrontada a cada esquina de seu corpo. Obstante seus erros e derrotas, quer trilhar seu próprio caminho. Mas a trajetória dessa mulher sempre deu voltas. É liberta e escrava de seus desejos ao mesmo tempo e com igual requinte. Será o traço perdido de Da Vinci ou a filosofia de Nitch? Uma viagem por suas ruas, vielas e parques não é apenas um passeio pelos devaneios de uma mulher, mas um profundo mergulho no desconhecido que se esconde em cada uma de suas muitas lacunas.


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