Daniel Campos

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03/10/2013 - Índio

Tem um índio dentro de mim. Um índio que quer vida. Um índio alto, gigante, que escapa pelos meus poros. Um índio que fala todas as línguas. Um índio que se entende com as estrelas. Um índio que ama o que é do mato. Um índio que fala forte. Um índio que pulsa em mim. Um índio contemplativo e guerreiro. Um índio que chora pelos pássaros caídos, pelas árvores tombadas, pelas terras queimadas. Um índio que reina num reino sem dono.

Tem um índio que festeja e guerreia em mim. Um índio que toma de conta de tudo o que sou, o que sonho, o que faço. Um índio pintado com cores e desenhos trazidos dos céus. Um índio de rituais ancestrais. Um índio que conhece cada uma das minhas trilhas. Um índio que é da lua, do rio, da mata. Um índio com asas espalhadas pela pele vermelha. Um índio que anda descalço pelo meu território em respeito ao sagrado que existe em meu mundo particular.


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