Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
14/02/2011 - Gosto de você

Eu gosto de você exatamente assim, como que feita sob medida para mim. Gosto de cada fragrância que nasce em sua pele, em seus pelos, em suas entranhas. Gosto de seus saltos, de seus tatos, de suas manhas, e das suas tramas, do seu jeito de andar, de parar, de pousar sobre a cama. Gosto de sua aristocracia, da sua multidão, da sua poesia-coração, da maneira que encontrou para ser felina e dama na mesma canção.

Eu gosto de você sem tirar nem por: metade ódio metade amor. Gosto das paisagens concretas ou abstratas, conhecidas ou inéditas que surgem em seus olhos de condor. Gosto do seu açúcar e do seu veneno, eu gosto de você assim nenhum quilo a menos, nenhum centímetro a mais. Gosto de você como um barco gosta do cais, sempre por perto. Gosto de você como se gosta de um sonho predileto.

Gosto de você, em sua natureza, e das variações que cria em torno de você sem mais, nem por quê. Gosto de você quê a quê, da cadência de suas pernas a uma inocência que não mais se vê. Gosto de cada detalhe, de cada arremate, de cada minúcia como um poeta menina gosta de sua lua de pelúcia. Gosto de você, de seus labirintos, de suas lacunas, de seus infinitos, de sua Champs-Élysées.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar