Daniel Campos

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04/02/2016 - Gingado bandoleiro

A sua saia rodou e me atirou no chão. E eu, menino sem jeito, ainda não aprendi a rodar feito pião. A sua saia me enfeitiçou. E sinhá bolinou bem no meu coração. O tambor tocou de madrugada. Mariazinha estava fazendo cocada. O céu serenou em noite estrelada. Sinhazinha estava mal-acostumada. E eu não pude fazer nada. Bota cocô no meu tabuleiro. Raspei o tacho, comi do primeiro ao último do seu pedaço, e o diacho fez do meu coração nó de marinheiro. Jogou para lá e para cá debaixo do cajueiro. Zanzou de lá e de cá pelo braseiro. O céu clareou e aluminou feito lampião. Tinha um bocado de estrela subindo e caindo no chão. Era noite de rojão, fogueira e sedução. A sua saia rodopiou pelo meu corpo inteiro. Eu fechei os olhos e o seu gingado bandoleiro ficou com o meu coração de fevereiro.


Comentários

06/02/2016, por Júlio Diniz:

Muito bom


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