Daniel Campos

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02/04/2011 - Flor em movimento

A mulher é flor em movimento. Um movimento balístico, ou, de baile, ou ainda, de balé. Um movimento sinfônico, de uma coreografia delicada e ousada, repleto de peripécias e trajetórias. A mulher é uma flor em suas rotações e translações cotidianas. Uma flor de pés e pernas. Uma flor nômade, passando de tempos em tempos de coração em coração. E isso só pode acontecer por meio de uma força maior, coisas de amor ou de vontade divina. Afinal, é por um descuido de Deus que a mulher é flor em movimento.

E o movimento da flor se de maneira cósmica, entre estrelas de pólen, sem traçados concretos ou direções pré-definidas, tomado a partir da inspiração. E a mulher, florida ou em floração – como preferir, vai se movendo ao som das abelhas que flertam com ela. Uma flor melódica e melada de cores frescas e quentes. E um punhado de ervas daninhas amantes de um jardim qualquer querem se casar com uma flor em movimento por paixão ou interesse de pegar para si um pouco de sua magia. Mas a primavera não se faz para qualquer um.

À flor em movimento é permitido tudo, de desejos súbitos ao milagre do desabrochar. A flor em movimento renasce, limpa e nua, de novo, a cada passe. É como se Eva florescesse do lodo e ganhasse estradas para caminhar. Impossível calcular a geometria do movimento dessa mulher que tem músicas, danças e palavras por entre suas pétalas. Mulher que não é semeada, cercada, tampouco criada. Mulher que é apanhada, cheirada e despetalada como flor em movimento.


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