Daniel Campos

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29/08/2015 - Fazendo amanhecer

O que é, o que é essa força, essa paz, esse amor? É a luz de um preto-velho que vem chegando de uma estrela que não se enxerga daqui. Chega e clareia tudo, ilumina por dentro, toca fundo no sentimento. Cura por meio do amor e traz à tona as lágrimas mais fundas, afastando o peso que nos deixa corcunda, limpando-nos de todas as lástimas. É leve como vento e intenso como tempestade, mas é manso feito chuvisqueiro e forte tal o broto que rompe pela luz um tempo de clausura.

É Pai João, é Mãe Tildes, é Pai Zambô, é Vovó Maria Conga, é Vovô Nazário, é Vovó Marilu, é Vovô Agripino, é Vovó Benedita, é Pai Joaquim, é Mãe Laura, é Pai José, é Mãe Rosário, é Pai Crispim. É preto e preta velhos da Mata, da Cachoeira, da Pedreira, de Aruanda, do Congo, de Guiné, da Caridade, das Almas, de Enoque. São mentores, são professores, são amores incondicionais que ao vir deixam um rastro de luz. São de outros planos e conhecem tão bem nossos planos. Estão a anos-luz de nós e ao mesmo tempo tão perto se doando e nos amando de uma forma que foge à incompreensão humana.

O que é, o que é essa força, essa paz, esse amor? É a luz de um preto-velho que chegou fazendo amanhecer.


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