Daniel Campos

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14/02/2015 - É o Caboclo Tupinambá

Quem vem lá, quem vem lá, é o Caboclo Tupinambá. Chega com penas coloridas, vermelhas, amarelas e brancas, num imenso e vivo cocar. Chega impondo respeito, com pouca conversa, e fazendo grande emanação de energia. Chega batendo no peito e bradando seja noite seja dia. É índio, é mata, é cachoeira, é céu, é fé, é caboclo que ecoa como pássaro em tronco oco.

Quem vem lá, quem vem lá, é o Caboclo Tupinambá. Chega vestido de penas, com colares de pedras e dentes. Vem numa luz azulada por vezes esverdeada que limpa tudo de ruim ao seu redor. Vem com desenhos vermelhos e pretos que guardam segredos de seu povo. Vem pra trabalhar pela cura desobsessiva, fazendo limpeza pesada, pondo fim à briga, intriga, figa...

Quem vem lá, quem vem lá, é o Caboclo Tupinambá. Chega cantando alto, cruzando as mãos pelo ar em movimentos incessantes, evocando seu povo, chamando por suas forças, revirando o tempo, sendo sol e lua no chão. Vem de cabelos longos e escuros sobre adornos vermelhos. Vem com olhos flecheiros que voam longe, muito longe, enxergando tudo o que quer.

Quem vem lá, quem vem lá, é o Caboclo Tupinambá. Chega como um trovão luminoso no meio da mata estremecendo árvore, pedra, bicho e cascata. Vem com o peito enfeitado, rajado e fechado. Vem com seus cavaleiros e legião. Vem com a força nativa, irradiante e intenso. Vem pra não deixar nada como é ou está, na ancestralidade viva do povo Tupinambá.


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