Daniel Campos

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17/11/2013 - É chegada a partida

Se nunca mais ouvir falar de mim, tampouco eu mesmo falando de mim, não se desespere. Se nunca mais ler um texto meu, não se preocupe. Se nunca mais se achar pelas minhas palavras, não chore. Se nunca mais escutar a minha voz escrita em algum canto, não grite. Se nunca mais me vir caminhando pelas linhas afora, não se aborreça. Se nunca mais tropeçar nos meus versos, não soluce. Se nunca mais encontrar minhas vírgulas, não adoeça.

Eu sou um cavaleiro da poesia e, como tal, preciso partir com a mesma ausência de avisos e sinais que marca a minha chegada. E como as chegadas, as partidas também tem um propósito maior, mesmo que desconhecido por enquanto. Porém, um dia tudo será compreendido como o melhor que tinha a ser feito. Sou um cavaleiro que, dada sua missão por cumprida, seja de salvar ou matar uma princesa, parte em direção a outros reinos.

Sou feito da poética dos romances que, como rios, estão sempre correndo para algum lugar. Eu não posso ficar para sempre. Querendo ou não, preciso seguir o meu curso, fazer o que é preciso ser feito, ser fiel e leal ao sentimento que me forja um apaixonado convicto. Que mais do que minha ausência, possa sentir os efeitos da minha presença enquanto esta foi real. De agora em diante, os ecos de mim se perderão na mais completa irrealidade.


Comentários

20/11/2013, por Zaira:

Lindos teus poemas....tocante...sensível...estou encantada...


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