Daniel Campos

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19/05/2016 - Devoto do amor demais

E foi como se o cupido com suas flechas graúdas e pontiagudas mirasse contra o meu peito querendo uma execução sumária. E, assim, alvejado pela paixão desmedida, graças a uma overdose cupidiana, fui a nocaute. Perdi o chão. Perdi a visão. Perdi o sentido, a realidade, o medo, o limite. E fui para cima dos meus princípios, derrubando um a um como peças de dominó enfileiradas. Deixei de pensar, para sentir. Mergulhei no desconhecido e amei, e amei, e amei demais. Não sei o que houve entre as flechas acertarem meu peito e o hoje. Fui tomado pelo sentimento e me entreguei ao êxtase. Ainda não sinto as dores, embora o corpo físico esteja exaurido, marcado, ferido pela avalanche da paixão que rola dia e noite. Mas o amor não dói quando o amor é maior que a dor. E seja lá qual tenha sido a motivação do cupido – se por brincadeira ou por experimento – eu agradeço, pois sou devoto do amor demais.


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