Daniel Campos

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17/11/2009 - Deu no The New York Times

Deu no The New York Times que nosso amor foi além do esperado pelos céticos da bolsa de valores amorosa. Uma espécie de Dow Jones do coração. E os norte-americanos, tão nacionalistas, tiveram que se dobrar ao nosso romance tupiniquim. Foi incrível nosso beijo na Wall Street se transformar em evento principal, ainda mais num local dado à multiplicação de dólares. Se ainda fosse Hollywood ou Las Vegas o cenário desse beijo a reação da platéia seria mais natural. Contudo, mesmo no maior centro financeiro do planeta, nosso amor foi noticiado, falado, registrado como cena de um filme sem data para morrer.

E olha que nossa trilha sonora não teve uma música sequer de Elvis, tampouco nos inspiramos em Marlyn Monroe ou em outros ícones da cultura pop do Tio Sam. Vivemos interioranamente. Não usamos marcas americanas, não comemos comidas americanas, não temos passaporte americano, tampouco somos americanos. E nunca, nessas aventuras amorosas, sonhamos em chegar à América enfrentando fronteiras mexicanas. Também não somos compadres de Barack Obama ou de Bill Gates. Ou seja, chegamos aonde chegamos por nossos próprios passos.

Eu e você, duas novas torres gêmeas, se erguendo, lado a lado, em solo americano. Já perdi a conta de quantos andares é feito esse amor suspenso que insiste em arranhar o céu, beliscar a lua e se temperar de sol. Quantas histórias, quantos sonhos, quantos projetos nos edificam? Quantas pessoas nos habitam no silêncio de nós dois? Duas torres tão singulares quão pares, condenadas a se completarem pelo resto da eternidade. Deu no The New York Times que nossa felicidade é à prova de ataques terroristas. Portanto, Bin Laden, não insista.


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