Daniel Campos

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07/10/2012 - Depois do voto...

Depois do voto, ele lhe dá de ombros, ela lhe vira a cara. Depois do voto, eles vão à farra. Depois do voto, ela lhe esquece, ele lhe empobrece. Depois do voto, ela diz não, ele não se lembra de promessa. Depois do voto o poder sobe à cabeça das autoridades. Depois do voto há duas cidades, a deles e a sua. Depois do voto, as máscaras caem e a face fica nua. Depois do voto, a mentira fica mais forte. Depois do voto, de nada vale reclamar da sorte.

Depois do voto, ele lhe cospe, ela não se preocupa com sua tosse. Depois do voto, eles são farinha do mesmo saco. Depois do voto, o que reluzia ouro brilha opaco. Depois do voto, ela lhe engana, ele não lhe chama. Depois do voto, ela não caminha na rua, ele lhe mostra a realidade mais crua. Depois do voto, ela não entra na sua casa, ele só se atrasa. Depois do voto, ele não come mais do seu feijão, e ela tem horror ao perfume do povão.

Depois do voto, ela diz palavrão, ele deixa para lá seus compromissos. Depois do voto, ela anda na contramão do que disse, ele vira bicho. Depois do voto, ela não lembra seu nome, ele não importa com sua fome. Depois do voto, ele acha que seu sonho é tolice, ela não respeita a sua crendice. Depois do voto, ela não lhe paga, ele lhe apaga da memória. Depois do voto, ela inventa uma história, ele não brinda com você a sua vitória. Depois do voto, o verso do rótulo...


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