Daniel Campos

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16/02/2016 - De colherada, dona Geralda

Dona Geralda se esbalda num tacho de goiabada. Vai metendo a colher, raspando fundo no fundo do caldeirão. Dona Geralda enche a boca e se saciada diz que não. O que ela quer? O que ela quer é ser mulher de tacho, se afogar no doce, chorar quem não a trouxe carinho sem dar esculacho pelo caminho. Dona Geralda enche a colher e se faz mulher de calda que vai açucarando e atiçando o olhar. Dona Geralda sabe comer e rebolar. Quebra Dona Geralda e dá queda na meninada que não acompanha a sua colherada. Dona Geralda sobe no pé de goiaba e bota lenha num fogo que nunca acaba. Mexe para lá, mexe para cá, olha a goiabada debaixo da saia, na taia do tacho de Dona Geralda, por favor, é para comer de se lamber, comam com amor e lambam a colher do jeito que for.


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