Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
18/10/2015 - Corpo ou jardim?

Quando você se deita está feito o jardim. Do seu corpo nascem amores-perfeitos e outras cores de flores que são de todo jeito. A brotação e floração do seu corpo horizontal não têm defeito nem fim. Impossível não notar as folhagens dando beleza e mistério aos seus olhos numa simplicidade de realeza. E a rosa carmim, carnuda, miúda, profunda, que desabrocha em sua boca. E a noite se faz pouca para a apreciação de todo perfume de manacá, jasmim, lavanda, camélia,..., e de todo ardume que anda pelo seu íntimo misterioso feito bromélia e garboso igual azaleia. Há árvores altas que tocam o universo e uma vegetação rasteira que se espalha por inteira como verso em rama. Quando você se deita folhas, raízes, folhas e sementes tomam de conta da cama. Dama da noite, da tarde, do dia que anuncia com alarde o verde em toda sua seiva e primavera. Em seu corpo, a era do que cresce, floresce e aquece a vida como chá de camomila. Há filas de jardineiros, colecionadores, lavradores, aventureiros, conquistadores, cientistas e artistas querendo tocar, cultivar, amar o seu corpo, que mais parece um porto do mato de onde chegam e saem a todo o momento embarcações de todo tipo de sentimento. Porém, vem o vento e o sopro espalha seu verdume em meus olhares preenchendo de vida, com suas chegadas e partidas, todos os lugares do meu eu.


Comentários

20/10/2015, por Luisa Mendes:

Lindo lindo lindooooo


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar