Daniel Campos

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11/11/2010 - Coqueteleira

Como é bom chafurdar nos lábios da mulher amada. Sua boca é tão convidativa quão aqueles coquetéis coloridos, com guarda-chuvinhas na borda da taça, que suscitam em nós uma doce inveja de personagens do cinema norte-americano. Sem dúvida alguma, a boca da mulher amada é piscina de resort, totalmente imaginativa e desejada. Uma piscina de coquetéis tão nocivos quão fundamentais para a continuidade da espécie humana. É uma espécie de elixir da existência, que garante vida longa e apaixonada aos sonhadores.

Ao aproximar o nariz do drinque que é a boca da mulher amada, percebe-se que o aroma predominante é ilusão, fruta que não faz parte do mundo físico. A boca da mulher amada prepara os sentidos para as diferentes fases da vida, sejam elas compostas por sabores cítricos, amadeirados ou florais. A dosagem de gelo no coquetel deve ser dada pelos olhos da mulher amada, à medida que fita ou ignora o flerte. Durante o beijo, cena de maior deleite, as bocas devem estar niveladas como taças gêmeas durante todo o momento de mistura.

De repente, estamos dentro uma coqueteleira de sensações e sentimentos chacoalhando, virando de ponta cabeça, gritando e se dando como ingredientes de um romance sem receita.


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