Daniel Campos

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23/01/2016 - Canoeiro descendo o rio

O canoeiro vai de corpo inteiro descendo o rio. Pelas margens vai vendo a vida passar e se transformar. Quanto mais ele se distância da nascente maior é o ritmo do tempo que vai mexendo com tudo. Vai deixando saudade, lembrança e os sonhos que não conseguiu realizar até hoje. O que ele queria ser ontem e não foi fica pelo rio. O que ele podia ser ontem e já não pode hoje fica pelo rio. O leque de oportunidades perdidas, seja lá por qual razão, fica pelo rio. Já o canoeiro, realizado ou não, segue em frente buscando ser e fazer o que ainda o cabe. E tudo passa a fazer mais sentido, como que o fazendo enxergar pela primeira vez, quando ele descobre que não é ele quem desce o rio, mas o rio que desce com ele.


Comentários

25/01/2016, por Dalva:

Impressionante como você escreve levando a gente junto.


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