Daniel Campos

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Bodas de vida

Cinqüenta. 50 tardes. 50 músicas. 50 encontros. 50 olhares. 50 anos de amor, amizade,..., devoção. 50 anos em que a vida já se faz infinita por si só. Quantas rosas floresceram ao longo dessa caminhada? Quantas as pétalas? Quantos os espinhos? Uma rosa que no início se equilibrava em uma rama tão frágil. Mas a beleza sempre triunfa e a rosa que se vê murcha, já doa sua vida a outro botão.

Cinqüenta anos em que uma roseira floresce seus botões com uma beleza diferente a cada dia. Floresce com novas esperanças e promessas. 50 anos onde uma vida se entrega a outra em plena devoção. Quantas mãos sonharam chegar juntas aos cinqüenta anos? Amores que nascem em frações de segundo e que perduram pela vida toda como se fossem algo mágico. Uma magia que permite, a cada dia, que os olhos se cruzem e tenham a certeza de que tudo valeu a pena.

Dia 12 de junho de 1951, eles eram simplesmente mais um Antônio e mais uma Ofélia em um altar onde tantos já juraram a fidelidade na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, enfim, juraram uma vida que embora nascida naquele momento prometia ser eterna. Hoje, são pais, avós, heróis... História. Uma história que começou há 50 anos. 50 anos juntos. Passos que caminham juntos, lado a lado, rumo a um horizonte sem fim, deixando para trás momentos que não se esquecem.

E se foram o algodão, a porcelana, a prata... Agora, o ouro. Nada mais cobiçado, mais glorioso para os vencedores do que o outro. Dia 12, dia dos namorados, nada mais justo para coroar um namoro que envelhece, mas não perde o encanto. Bodas que são bodas de sangue, de um juramento único, de um sonho que não acabou. 50 anos em que a vida foi vivida pelo prazer de se viver a dois, de compartilhar cada momento, cada dor, cada sorriso.

Cinqüenta anos. Poucos sabem entender o que são 50 anos. É quando cinqüenta deixa de ser um número para ser um marco. Porque duas vidas se fizeram uma ao longo de 50 milhões de sonhos. Cinqüenta anos depois para vocês e a mesma tarde que nasceu naquele dia nasce na mesma música. Os olhares se encontram na mesma ilusão de 50 anos atrás e se declaram novamente. E a vida sonha mais uma vez o amor. O amor que é mais forte do que o tempo.

Observação do autor: Texto em homenagem aos cinqüenta anos de casamento dos avós paternos de Daniel (Ofélia e Antônio Campos), completado no dia 12 de junho de 2001.


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