Daniel Campos

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11/11/2015 - Bate no peito caboclo

Bate no peito caboclo que é. Pede respeito, grita sua fé. Bate no peito índio cacique pajé. Avisa que chegou e que a luz já raiou. Não deixa mal algum de pé. Bate no peito e faz trovoada. Leva todo ódio, olho-gordo, maldição a bater em revoada. Bate no peito com seu jeito próprio. Bate no peito para despertar todo amor que há. Bate no peito e faz estrondar. Faz o seu canto e com o seu encanto jaz o meu pranto. Evolução do guerreiro que bate no peito se fazendo inteiro. Bate no peito como quem bate numa árvore acordando sua natureza. Bate no peito como quem bate na pedra chamando o que há para além da sua dureza. Bate no peito como quem bate no coração evocando sua pureza. Bate no peito caboclo que é. E não é caboclo qualquer. Bate no peito levantando toda vida dos ninhos, dos leitos, das fogueiras, das cachoeiras, das pedreiras, das matas inteiras, dos caminhos de deus. Bate no peito e que as coisas ruins digam adeus.


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